Representantes de policiais e bombeiros debatem mudanças na segurança pública na abertura do 13º Enerp em Florianópolis

O 13º Encontro Nacional de Entidades Representativas de Praças teve início nesta quarta-feira, 8, em Florianópolis, e vai até sexta-feira, 10, no Hotel Maria do...

O 13º Encontro Nacional de Entidades Representativas de Praças teve início nesta quarta-feira, 8, em Florianópolis, e vai até sexta-feira, 10, no Hotel Maria do Mar, no Bairro João Paulo.  A abertura do evento, com tema central “A condição do praça policial e bombeiro militar no atual modelo de Segurança Pública. O que mudar?”, contou com a presença de representantes de entidades da categoria e dos poderes legislativo estadual e federal e a pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, que ministrou a palestra inicial. O auditório lotou, com presença de praças de várias partes Santa Catarina e também de outros estados, como São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco.

“É impossível discutir a questão da segurança pública se nós, os praças, que somos 75% da base da segurança pública, não nos apropriarmos deste debate. Os dados mostram que somos a categoria que mais mata e mais morre. E a responsabilidade disso não é só nossa, é do estado e de toda sociedade. E nós temos que fazer parte disso”, disse o presidente da Associação Nacional de Praças (Anaspra), cabo Elisandro Lotin, ao dar início à abertura do evento.

Compuseram a mesa de abertura (da esquerda para direita) o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Santa Catarina (Sinpol-SC), Anderson Vieira de Amorim; o tenente-coronel Dionei Tomêti, que representou o comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina; o presidente da Associação de Praças de Santa Catarina (Aprasc), subtenente Edson Fortuna; o presidente da Anaspra, cabo Elisandro Lotin;  o deputado estadual Maurício Eskudlark, que representou o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc); o coronel bombeiro militar César de Assumpção Nunes, que representou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina (CBMSC), o vice-presidente da Anaspra, Héder Martins de Oliveira, e a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.

“Temos 62 mil homicídios por ano, 50 mil estupros por ano, e 70 mil mortes no trânsito por ano. Temos sim números de guerra no Brasil. Tudo isso é um problema que sobra para nós e esse é um debate que temos que fazer para falar em segurança pública. Sabemos a guerra que vivem diuturnamente todos os policiais do Brasil. Foram 493 policiais mortos no ano passado”, disse o presidente do Sinpol-SC, Anderson Amorim.

“Essa semana estão sendo votadas na Câmara diversas pautas da segurança que passam por questões que são rasas. Não estão sendo tratadas questões que poderiam reduzir letalidade do policial e homicídios. Por isso é de grande importância estarmos reunidos. Há pouco tempo os praças não eram nem coadjuvantes nesse debate. E ainda que lentamente conseguimos avançar em processos democraticamente sólidos e que fazem com que mudemos alguns posicionamentos. Estar aqui em Santa Catarina neste encontro demonstra a capacidade que estamos atingindo de nos organizarmos”, afirmou o vice-presidente da Anaspra, Héder Martins de Oliveira.

“Sejam bem vindos a Florianópolis, cidade que ainda é acolheradora apesar dos problemas sociais que geram impacto na segurança pública. Não trato segurança pública, mas sim segurança social. Se não abarcamos as questões do estado como um todo, vamos sempre estar debatendo sozinhos. É de extrema importância nos desenvolvermos e ocuparmos a academia, precisamos ser reconhecidos no meio social, político e acadêmico. Estamos aprendendo a não gastarmos energia entre nós e sim nos unirmos para garantir nossa representação e amplia-la no congresso federal”, defendeu o o tenente-coronel Dionei Tomêti, que representou o comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina.

“Aqueles que defendem direitos humanos precisam vir aqui debater com que está no enfrentamento do problema todos os dias. Parabenizo a todos que estão envolvidos nessa luta. Temos que nos unir e nos defender porque estamos chegando no caos social em que a última barreira é o policial”, disse o deputado estadual Maurício Eskudilark.

“Precisamos renovar e melhorar nossa presença nos espaços representativos. Já evoluímos muito, mas ainda há muito a avançar. Que o resultado dos debates reverbere em todos os estados e se consolide sentido de construir uma segurança pública para todos nós, independente de ser rico ou ser pobre, policial ou não. Que possamos crescer em um debate de segurança para o cidadão brasileiro, que é a nossa função”, finalizou o presidente da Aprasc, Edson Fortuna.

O que dizem os dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre os policiais

A palestra inicial foi proferida pela diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP, Samira Bueno. A pesquisadora apresentou dados do Fórum sobre letalidade, saúde e o cotidiano dos policiais no Brasil.

 

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