Setembro Amarelo: a valorização da vida do militar estadual

Os policiais e bombeiros militares são treinados para lidar com a violência, a salvação de vidas, situações críticas. No entanto, muitas vezes a...

Os policiais e bombeiros militares são treinados para lidar com a violência, a salvação de vidas, situações críticas. No entanto, muitas vezes a sociedade esquece que atrás do fardamento, do colete balístico, existem homens e mulheres de carne e coração. Infelizmente, é frequente na corporação o pedido de afastamento por questões psicológicas, devido sim a pressão diária. Por isso, a valorização da vida e o bem-estar mental é um tema que precisa ser abordado no meio militar estadual.

Desde 2015 está em prática a campanha Setembro Amarelo. O mês foi escolhido em razão do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, celebrado todo ano em 10 de setembro. A data é organizada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e tem a Organização Mundial da Saúde (OMS) como co-patrocinadora. O objetivo do dia é conscientizar as pessoas ao redor do mundo que o suicídio pode ser evitado.

Segundo a OMS, mais de 90% dos casos de suicídio estão associados a distúrbios mentais, e, portanto, podem ser evitados se as causas forem tratadas corretamente. No Brasil, 32 brasileiros tiram a própria vida por dia, o equivalente a uma pessoa a cada 45 minutos. No mundo, ocorre um suicídio a cada 40 segundos. Por isso, ações preventivas são fundamentais para reverter essa situação.

Em 2016, um grupo de psicólogos da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) e pesquisadores do Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ lançaram o livro "Por que os policiais se matam", um dos mais completos estudos sobre a problemática do suicídio entre policiais, sob a coordenação da cientista política Dayse Miranda. O grupo revelou que, de 224 policiais militares entrevistados, 10% disseram ter tentado suicídio e 22% afirmaram ter pensado em suicídio em algum momento. E esses números podem ser ainda maiores.

Em um período em que o objetivo é chamar a atenção para a prevenção do suicídio, fica o anseio de que nossas autoridades vejam também, com mais atenção, a vida dos agentes de segurança como um todo. Há um real sofrimento silencioso que atinge não só esses profissionais, mas suas famílias inteiras.

Prevenção

Primeiro, é preciso conhecer para prevenir. A Organização Mundial de Saúde (OMS) dispõe de um manual de prevenção ao suicídio, que pode acessado no link http://www.who.int/mental_health/media/counsellors_portuguese.pdf?ua=1 Nesse manual há informações úteis sobre comportamentos suicidas, fatores de riscos, mitos comuns sobre comportamento suicida, orientações para conselheiros, links e referências úteis, entre outras coisas.

Como dito, a tentativa de suicídio é também uma forma de comunicação, uma maneira de pedir ajuda. As pessoas que cercam o sujeito devem estar atentas às manifestações por palavras, comportamentos ou atos e tentar buscar junto a ele uma rede de apoio e acolhimento capaz de proporcionar alívio e direcionamento a sua vida.

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